"Seu último pensamento foi uma oração, um pedido a quem quer que pudesse atender: viver mais um minuto, o suficiente para mais dois assassinatos... Matar esses vilões cujas vidas eram um câncer em seu coração, e que ele precisava tanto matar... Mas quem poderia ter ouvido esta oração, de um homem como ele? O Santo dos Assassinos ainda não existia."
[...]
"Ele acordou na estrada do inferno, um cadáver retalhado, ereto na sela, conduzindo para a perdição os pecadores que tinha matado. O cavalo que eles tinham matado duas semanas antes estava esperando seu dono, pastando do outro lado da vida. E estava tão desorientado e cego quanto os mortos que o seguiram, requerendo, como eles, uma indicação do caminho... Pois todos tinham perdido o espírito. Menos ele. O seu ódio permanecia intacto. Ele ouvia as chamas crepitando e rugindo lá dentro, os uivos dos condenados... E às vezes uma gargalhada estridente que nunca viria de um homem. Nada importava. Os portões se fecharam atrás dele."
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"Um a um, os mortos foram levados para verem e ouvirem verdade: para ter seus pecados extirpados e devolvidos como veneno pelo resto da eternidade. As coisas risonhas e sussurrantes o deixaram por último. Ele sentiu o horror toca-lo e soube que sua vez havia chegado. [Mas] Parecia que apenas os mortos ousavam enfrentar seu olhar... Talvez porque não tivesse mais nada a perder. Todos os homens mortos por ele vieram olhar."
[...]
"O Anjo da Morte abandonou sua espada. A lâmina foi derretida no último fogo que ardia no inferno, e de seu aço o Diabo forjou dois revólveres Colt Walker. Essas armas não falhariam, e jamais seus percussores atingiriam câmaras vazias. Nenhum tiro que disparassem iria errar o alvo. Nenhum ferimento que causassem deixaria de ser fatal."
Garth Ennis. In: Santo dos Assassinos.
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